quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Aumentando o mito...
Segue aqui o que esta escrito no "apendice" "Ultimas Palavras" do "Aparição: O Limbo":

" Últimas Palavras
'Aprenda a topografia verdadeira: os arquétipos monstruosos e
maravilhosos não estão dentro de você, não estão dentro do seus
consciente: você está dentro deles, aprisionado e uivando para sair.'
R.A. Lafferty, The Devil is Dead

As aparições são amaldiçoadas. Não há outra forma de
dizer. Olha, eu não acredito em maldições . mas não dá
para discutir com os fatos . tem alguma coisa acontecendo.
Ter chegado até aqui é um verdadeiro milagre. Mesmo
enquanto escrevo estas últimas palavras, estou olhando minhas
costas, porque, no fundo, espero que alguma coisa apareça.
Tem sido uma luta longa e árdua . mal dá para acreditar
que está quase no fim. Tudo que poderia dar errado, deu.
Nunca vi nada assim. Contratos foram revogados e prazos
foram ultrapassados. Os escritores e artistas discordaram e
todos os envolvidos pareciam que nunca iam parar de brigar.
As emergências não tinham fim. Nada jamais parecia
funcionar. Só obtíamos resultados positivos neste projeto
depois de muito esforço. Em suma, foi um caos.
A maldição começou há alguns anos, nos primeiros dias
da White Wolf, antes mesmo da idéia de Vampiro, a Máscara
ser uma fagulha em minha mente. Naquela época eu
estava trabalhando num conceito completamente novo, um
jogo que chamei de Inferno.
Eu estava muito empolgado com ele.
A idéia era que você jogaria com um personagem aprisionado
no Inferno, e o seu objetivo era basicamente tornar-se
um demônio muito poderoso ou escapar.
(Você provavelmente já percebeu as semelhanças com Aparição).
Desnecessário dizer, era um cenário triste e repulsivo, e eu fiz de
tudo para torná-lo o mais sombrio possível. Acho que foi aí
que surgiu minha predileção pelo horror gótico.
Naturalmente, ninguém ficou muito empolgado em jogar
com um personagem que seria torturado, marcado e enganado
de forma quase regular . mas quatro amigos meus
aceitaram participar de uma seção de teste.
Reunimo-nos na sede da empresa (uma casa velha) no
começo da noite e rapidamente criamos personagens. Eu tinha preparado o que considerei uma recepção adequada ao
Inferno . tudo estava preparado para fazê-los 'mijar' nas
calças. Comecei matando seus personagens um a um, das
formas mais macabras que pude intar. Depois que eles morderam
a isca, puxei todos para o inferno. Eles eram cuspidos
do esfíncter de alguma criatura enorme e caíram numa poça
de lava. Cada vez que tentavam sair se arrastando, eu fazia
demônios armados com tridentes empurrá-los de volta. Eu
descrevi sua agonia em detalhes excruciantes, fazendo uso
de todo meu talento descritivo. Eles só conseguiram sair
quando julguei adequado.
(Deixem-me dizer-lhes uma coisa: eu estava exagerando
como Narrador. Eu tinha os jogadores completamente à
minha mercê. Se ao menos eles estivessem se divertindo tanto
quanto eu...)
Não parei aí. Depois que eles chegaram a um precipício,
um demônio com asas negras de morcego apareceu subitamente.
Fiquei em pé diante de minhas vítimas indefesas (todas
sentadas no sofá) e comecei a soltar minha gargalhada
maníaca. Inclinando-me sobre eles, anunciava-lhes seu destino
iminente... quando todos ouvimos um estrondo e as luzes
da casa se apagaram.
Durante alguns segundos, ninguém disse uma palavra.
Ninguém se moveu. Para dizer a verdade, acho que todos
ficamos mudos de medo . ninguém sabia o que pensar, e eu
menos que todos. Finalmente, decidi olhar pela janela e ver
o que tinha acontecido.
Em frente à garagem do nosso vizinho havia um carro de
entrega de pizza . ele tinha se chocado com um transformador
de eletricidade. O idiota do motorista estava tão apressado
para entregar a pizza (depois de 30 minutos, o cliente não paga!)
que não viu o poste.
Para tornar as coisas piores, quando cheguei lá embaixo,
vi que o imbecil estava dentro do carro tentando dar a partida.
Vi um brilho de fogo por baixo da carroceria...
Por um segundo pensei que estava tendo alucinações. Era como se
minha imaginação ganhasse vida.
Depois que superei o pânico, corri até o carro gritando
para o motorista sair. O animal não escutou, e tentei de
novo. Finalmente, cheguei até o carro, e praticamente o arrastei
para fora da carcaça em chamas.
Um minuto depois, o carro pegou fogo.
Meio minuto depois disso, o tanque de gasolina explodiu com um ruído
surdo. Tentei ligar para a emergência, mas no meio do telefonema,
um pico elétrico queimou todos os telefones da casa
(sem falar no fax, droga!)

Bem, como agora a vizinhança inteira estava sem energia,
todos vieram ver a fogueira e assar alguns marshmallows.
A grande notícia era que o motorista do carro não tinha
seguro, o que não me deixou nada feliz. Os caminhões dos
bombeiros acabaram chegando. Só depois de várias horas
após o fim do incidente que minha pulsação voltou ao normal.
Desnecessário dizer, o jogo tinha acabado por aquela noite
(bom, para ser sincero, por toda a eternidade). As luzes não
estavam funcionando, os telefones também não, e ninguém
queria enfrentar de novo o Senhor Demônio. Assim, todos
foram para casa. Fui deixado numa casa vazia, sem eletricidade,
com um carro queimado em frente ao meu jardim.
Naquela noite, tive sonhos esquisitos.
No dia seguinte, resolvi que a Dama do Destino tinha
me dado um aviso. Empacotei todas as minhas anotações e
dei por terminada minha pesquisa sobre Demônios e Destino.
Tinham acontecido tantas coisas estranhas que julguei
que o mais sábio seria parar. Depois que rebocaram o carro,
tudo que ficou foi um fedor de grama queimada e um torrão
afiado de metal, com pedaços de vidro presos nele. Eu o
peguei como uma recordação, passando a usá-lo como peso
para papéis. Alguns meses depois, tive a idéia para Vampiro
e o Mundo das Trevas. Com o tempo, esqueci tudo sobre
Inferno. Mas ele não me esqueceu.
Quando chegou a época de trabalhar em Aparição (ou
Fantasma, como era conhecido na época), o Sr. Demônio
voltou dos mortos. Josh Timbrook teve a coragem de sugerir
que eu aproveitasse algum material do jogo antigo. Eu caí na
besteira de concordar, tendo esquecido a maldição. E assim,
tudo recomeçou...
Daquele momento em diante, nada deu certo. Nunca
tive tantos problemas na realização de um projeto, desde o
começo até a linha de chegada. Agora, aqui estou eu, uma
noite antes de mandar tudo para a gráfica, e estou tentando
reunir palavras inteligentes. É quatro da manhã, e esta é
minha terceira tentativa de escrever alguma coisa. (Precisavam
ver as bobagens que escrevi antes.) Mesmo se este texto
ficar uma porcaria, não vou começar de novo. É pegar ou
largar. Estou satisfeito por tudo ter acabado.
Durante todo o planejamento de Aparição, tive um sentimento
estranho. Uma sensação poderosa de que eu ia morrer.
A coisa mais estranha é que não fiquei assustado, não
queria pensar nisso, As coisas ficaram tão estranhas que comecei
a fazer preparativos, afinal, nunca se sabe... Stewart
até começou a fazer piadas sobre misturar minhas cinzas à
tinta de impressão do livro. Será que havia alguém planejando
me matar? Diabos, quem precisa de inimigos?
Por mais estranho que pareça, tudo isto me deixou ainda
mais orgulhoso com o que conseguimos. Acho que este jogo
é especial, e um pouco do sangue derramado em sua criação
o fortaleceu e tornou-o ainda mais poderoso. Achei nossa
criação graciosa, a despeito da dor (e talvez por causa dela).
Espero que vocês também gostem. E espero que aprendam
alguma coisa com este jogo, alguma coisa real e verdadeira.
Lembrem-se, eu não acredito em maldições, mas se coisas
ruins começarem a acontecer em sua vida... bom, vocês
foram avisados.






P.S.: Não acabou! Suzanne, minha namorada, acordou
suando frio, sussurrando alguma coisa sobre o carro dela.
Agora estou com medo de voltar a dormir...

P.P.S.: À medida que emerjo lentamente da adolescência,
torno-me cada vez mais ciente do quanto dependo dos
outros, não apenas para poder me alimentar e me abrigar,
mas também pelo maná da vida, as idéias e os pensamentos
que fazem do existir uma experiência compensadora. Aqui
vai um agradecimento especial a todos os membros desta
irmandade bela e estranha. Minha afeição por vocês não
tem fronteiras. "

Bom, esse é o texto da primeira edição.
E é bom lembrar, "Aparição: O Limbo", nunca saiu da segunda.
Bom, acho que por enquanto é isso.
T'+ e Boa Sorte a todos!

domingo, 22 de outubro de 2006

" Excrescência Cancerosa
Não posso mais sentir você
Não posso nem tocar os livros que você lia
Eu a segui sob as estrelas
Impulsionado por sua memória
o seu deus morreu e ninguém se importa
E toda sua glória em fúria
afogado em sua hipocrisia
Mas finalmente estou livre
e se existe um inferno eu a verei lá
Despeço-me da besta uivante com um beijo
queimando e sendo humilhada com seu deus
A besta que nos separou
você morrerá por isso?
Jamais saberá o quanto sofri
unhas de vinte centímetros, heresia
Nem a dor que eu suportei
E eu jamais saberei o mesmo sobre você
Mas logo estaremos juntos
À mercê do Limbo "
Bom, esse é o texto de introdução do "Aparição: O Limbo".
FINALMENTE eu consegui de novo uma versão que tinha sido traduzida.
Nada contra o ingles afinal agora to relativamente bem na lingua, mas ele tem um valor quase sentimental.
Heheheheheh
Bom, por enquanto é isso.
T'+ e Boa Sorte a todos!