sábado, 15 de outubro de 2022

Maldição?

Então, faz um tempo agora que venho me sentindo amaldiçoado, faz pelo menos uns 6 meses desde o começo dessa maldição.
Tudo, absolutamente tudo, tem dado errado, mas nada de forma irreversivel nada que eu pudesse reclamar e dizer que de fato eu tava amaldiçoado, mas isso mudou hoje.
Eu posso dizer com certeza que de fato estou amaldiçoado. A minha vida é um escárneo nada faz sentido, eu sou um bosta que não vai ser ninguém hoje nem amanhã. E a única pessoa que fazia minha vida ter sentido foi embora.
Eu estou só.
Solidão é meu passado, meu presente e meu futuro.
A vida muda ao meu redor. E eu sou incapaz de fazer algo a respeito.
Incapaz, parece que finalmente alguém tava certo sobre mim.
Não vejo luz no fim do túnel.
Não há salvação.
Não há alegria.
Não há amor.
Não haverá eu.

Não sei quem eu sou.
Nunca soube.
Nunca quis saber.
Não acho que vou gostar de me conhecer.

O pouco que conheço de mim, eu odeio.
Era só questão de tempo para os outros me odiarem também.

Foda-se a vida.
Foda-se o mundo.
Pra que existir?

Quem se importa?
O silencio responde: Ninguém.

A ausencia fala mais alto que qualquer grito.
A falta preenche mais que qualquer coisa.
O nada aperta mais que qualquer abraço.

As lagrimas secam.
A tristeza não some tão facil.

E o mundo continua girando.
O universo continua a me ignorar.
A vida só segue, sem mim, sozinho, aqui no fundo, no canto escuro onde me escondi.

Que culpa eu tenho se só me sinto confortável aqui?

Que sentimento paradoxal, a solidão é tudo que me conforta, exceto quando a tenho de fato.

O que eu importo pra mundo?
Nada.
O que o mundo importa pra mim?
Não sei. Eu achava que não importava. Talvez chegue a conclusão de que não preciso dele.
O mundo sabe que não precisa mim.

Eu sei que já não deveria mais estar aqui.
Eu sei que já deveria ter deixado de existir anos atras.
Eu sei que já não importo.
Eu sei que Já não existo de fato.
Eu sei que a vida já acabou.
Eu sei que to só ocupando espaço.
Eu sei que deveria ir embora.
Eu queria ir embora. Mas sou covarde.
Eu queria desparecer, e parece que consegui.
O que me da forma,senão os outros?
Eu desapareci, para todos.
Mas eu ainda estou aqui.
Como?
Porque?

Não há mais luz.
Não há mais calor.
Não há mais nada.
Há solidão.
Há medo.
Há escuridão.
Há frio.
Há nada.

Me faço parte do nada.
Me faço ninguém.
Me faço aquilo que sempre fui
Nada, ninguém, incapaz, vazio, escuro, ausente.

Eu sigo existindo.
Como?
Pra que?
Por que?

Responsabilidade?

Eu tenho meus dias contados.
O final não está lá tão longe.
De repente depois dessa curva.

Depois disso o descanso.
Será?

Pelo jeito não pra mim.
Eu não mereço.
Eu nunca mereci.
Eu nunca mereci nada.
E sigo não merecendo nada.

Então, eu dizia que me sinto amaldiçoado.
Mas pra que?
Porque alguém me amaldiçoaria.
Eu fiz por conta própria minha própria maldição.
Eu me prendi aqui, e minha incapacidade me manteve aqui, e eu mesmo me amaldiçoei.
Eu sigo invisível, eu sigo só.

Boto na pagina o que eu penso porque tenho vergonha de falar.
Boto aqui onde ninguém vai ler, porque não aguento mais guardar pra mim isso.
Não aguento mais.

O mundo é um lugar cruel e eu não soube resistir.
O mundo não me odeia, mas me parece que sim.
Eu me odeio, e isso é um fato.

QUEM SOU EU?
PORQUE SOU EU?
PORQUE EU?

Me despeço.
Me despedaço
Me odeio.

Odeio a todos.
Odeio a mim.

EU TE ODEIO.
EU ME ODEIO.
EU TE ODEIO.

Será que a força do odio me carrega mais algum tempo?
Será que a força do odio dos outros me derruba antes?
Será que eu mereço o odio dos outros?

Chega.
É o fim.
Pra mim.